

Paulo Baldaia
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Aplauso comedido a Fernando Medina
Há exatamente um mês, titulei a crónica na TSF como sendo de "um velho do Restelo", chamando à atenção para a absoluta certeza de que a taxa Euribor iria subir um a dois pontos este ano. Isso fará com que à inflação, que nada tem de provisório, se junte uma prestação da casa bem mais cara. O governo não vai utilizar o orçamento do Estado para atenuar esta perda de poder de compra e eu, contrariando o "vox populi", acho que faz muito bem.

O dedo do SIS que aponta a lua
Igor Khashin, o russo de Setúbal (vamos chamar-lhe assim para toda a gente saber de quem falamos), anda a ser vigiado pelos serviços secretos portugueses. A vigilância, dele e dos restantes dirigentes dos conselhos de compatriotas russos, aumentou quando o seu país anexou a Crimeia em 2014.

O PS a tentar evitar o erro de Sócrates
No dia em que o Partido Socialista aprova na generalidade o primeiro orçamento da maioria absoluta, os portugueses sabem duas coisas: a primeira é que já perderam poder de compra e a segunda é que ainda vão perder mais poder de compra.

O PCP em contramão
Volodymyr Zelensky não surpreendeu com a referencia ao 25 de Abril, pela proximidade da data, e dessa comparação que fez entre a liberdade conseguida por nós e a liberdade pela qual anseiam os ucranianos não faz sentido procurar uma cópia a papel químico. O presidente da Ucrânia foi, ainda assim, mais eficaz quando nos pôs a pensar na dimensão da tragédia, comparando Mariupol com Lisboa e pedindo-nos para imaginar que todas as casas da capital portuguesa estavam destruídas. Ou quando comparou a população do Porto e nos sugeriu que a duplicássemos para perceber o número de ucranianos deportados para a Rússia, ou pensássemos na população portuguesa e imaginarmos o país inteiro fugindo de suas casas.

Crónica de um velho do Restelo
Venho falar de más notícias, daquelas que por milagre até podem não acontecer. Se é da classe média, se é sensível, se não quer que lhe estraguem a Páscoa, se faz parte dessa imensa maioria que nunca aprende com os erros, se é um optimista incurável, mude de estação por dois minutos e regresse depois à TSF, quando eu já não estiver aqui a incomodá-lo.

Pragmatismo ou hipocrisia?
Por muito que nos custe admitir, na guerra da Ucrânia, só os ucranianos estão disponíveis para todos os sacrifícios. De facto, não têm opção. O resto do mundo, por muito que se esforce, é governado por um pragmatismo que, aplicado o teste do algodão, visto do lado ucraniano, mais parece hipocrisia.

Brincar à política, talvez não seja boa ideia
O meu tema para hoje, sexta-feira, ainda é o que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu que seria na quarta-feira, dia em que deu posse ao governo de maioria absoluta de António Costa. O primeiro-ministro fez saber por fonte próxima (está hoje na manchete do Expresso) que a meio do mandato não está a pensar ir a lado nenhum. Não descarta o sonho europeu, mas adia-o.

Mulheres de todo o mundo, uni-vos!
Há no elenco do novo governo uma notícia agridoce. Infelizmente tiveram que passar quase 50 anos desde o 25 de abril para que houvesse um governo com absoluta paridade. Há tantas ministras, como ministros. Tardou, mas chegou.
