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Uma startup norte-americana está a desenvolver "leite humano" em laboratório para ajudar mães que não podem ou têm dificuldades em amamentar.
Chama-se BIOMILQ e foi cofundada pela especialista em biologia celular Leila Strickland, em 2013, que teve, ela própria, dificuldades em produzir leite materno suficiente para o seu primeiro filho.
A ideia surgiu depois de ter sido criado o primeiro hambúrguer com carne produzida em laboratório, uma vez que é possível criar leite materno com tecnologia semelhante, conta Leila Strickland à CNN.
As células usadas para criar o leite in vitro são provenientes de tecido mamário e de leite materno doados por mulheres da comunidade local, na Carolina do Norte, e incubadas num bioreactor que simula o peito humano.
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O leite em pó, geralmente proveniente de leite de vaca, satisfaz alguns requerimentos nutricionais, mas não tem a mesma "complexidade do leite materno", aponta Leila Strickland. O leite criado in vitro não tem todas as características e benefícios do leite materno, mas seria um produto mais parecido, com proporções equivalentes de proteínas, hidratos e gordura.
A expectativa é colocar este "leite humano" artificial no mercado dentro de três a cinco anos, tendo ainda de passar pela aprovação dos reguladores de saúde norte-americanos.
Um dos grandes investidores do projeto é a organização Breakthrough Energy, de Bill Gates, que juntamente com outras instituições apoiou a BIOMILQ com 21 milhões de dólares (quase de 20 milhões de euros) em outubro de 2021.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, apenas um em cada três bebés em todo o mundo consome a quantidade recomendada de leite materno nos primeiros seis meses de vida.
Em Portugal, o Banco de Leite Humano da Maternidade Alfredo da Costa é o único do país que recebe, e oferece a quem precisa, doações de leite materno.

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