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A União Europeia, os Estados Unidos da América e o Reino Unido acordaram no sábado bloquear o sistema internacional de comunicações bancárias Swift a alguns bancos russos, como retaliação à invasão da Ucrânia.
A medida foi anunciada em Bruxelas conjuntamente como parte de um novo pacote de sanções financeiras destinadas a "responsabilizar a Rússia e a garantir coletivamente que esta guerra seja um fracasso estratégico para [o Presidente russo] Putin".
O sistema financeiro Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Communications) movimenta diariamente incontáveis biliões de dólares em mais de 11 mil bancos e outras instituições financeiras em todo o mundo.
Ao anunciar as medidas em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que vai pressionar os Estados-membros também a "paralisar os ativos do Banco Central da Rússia" para que as suas transações sejam congeladas.
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Cortar vários bancos comerciais do Swift "garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e prejudicará a sua capacidade de operar globalmente", acrescentou.
"Cortar os bancos impedi-los-á de realizarem a maioria das suas transações financeiras em todo o mundo e bloqueará efetivamente as exportações e importações russas", acrescentou Von der Leyen.
Conseguir a adesão da União Europeia (UE) para sancionar a Rússia através do Swift foi um processo difícil, já que o comércio da UE com a Rússia totalizou 80 mil milhões de euros, cerca de dez vezes mais do que os Estados Unidos, que foram os primeiros proponentes de tais medidas.
A Alemanha tinha recusado a medida, mas a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, disse em comunicado que "após o ataque vergonhoso da Rússia" é preciso "restrições funcionais e direcionadas do Swift".
Os aliados anunciaram ainda o compromisso de tomarem medidas para travar os vistos gold e a formação esta semana de uma task-force transatlântica para garantir que essas e outras sanções à Rússia sejam implementadas de forma eficaz através de partilha de informações e congelamento de ativos russos.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.