3,3 milhões de espectadores viram o debate televisivo entre António Costa e Rui Rio, o que o torna o debate mais visto da televisão portuguesa, desde que há medição de audiências. Em 2019, num duelo Costa e Rio foram 2,7 milhões os cidadãos que assistiram.
Os portugueses, afinal, interessam-se por política! Espera-se que este recorde seja um bom presságio em relação à redução da abstenção a 30 de janeiro. A trapalhada e atraso em redor da organização do voto antecipado não vai ajudar, mas os portugueses são chamados às urnas e devem comparecer.
Durante a próxima quinzena desenrola-se a campanha eleitoral oficial, ainda que tenhamos todos ficado com a sensação de que já aconteceu ao longo de quase três dezenas de encontros frente a frente nos ecrãs televisivos. E para a semana faltam os dois encontros com todos os líderes das forças políticas candidatas às eleições legislativas na RTP e, por último, o debate nas rádios, no qual a TSF está envolvida.
Nos duelos a que assistimos até aqui esgrimiram-se argumentos, estratégicas e apontaram-se caminhos para Portugal no pós-2022.
De uma coisa os portugueses têm hoje a certeza: é necessário um governo estável e durável. A hipótese de o país ser gerido com executivos provisórios ou ter eleições de dois em dois anos só atrasaria ainda mais a recuperação económica e social pós-pandémica.
Os debates não conseguiram esclarecer completamente os eleitores acerca das soluções possíveis de governabilidade, que poderão trazer a tão desejada estabilidade.
Se no debate de quinta-feira, entre PS e PSD, António Costa disse estar disposto a negociar caso a caso e deixou aberta a porta ao PAN, não ouvimos o candidato do PS dizer se apoiará um governo minoritário do PSD, caso venha a ser o partido de Rui Rio e uma maioria de direita a formar um novo executivo. António Costa afirmou apenas que se demitirá se perder as eleições. Aguardemos então pelo dia 30. E, já sabe, vá votar.