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2020 já provou ao mundo que os planos podem não ser bem aqueles que desejámos e António Costa sabe disso mas, independentemente disso, o primeiro-ministro tem metas bem traçadas para aquilo que quer da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia: ação, ação, ação.
Sem saber o que vai herdar da presidência alemã, nomeadamente sobre o pós-Brexit e o acordo ainda inexistente e sobre o bloqueio dos fundos comunitários, António Costa traça como primeira meta "a regulamentação dos próximos instrumentos financeiros, a definição das políticas fundamentais para afirmar a autonomia estratégica e o desenvolvimento das políticas que permitam à Europa ser liderante nos dois motores que definiu como motores da recuperação económica assentes no combate às alterações climáticas e na aceleração da transição digital".
Ação, ação, ação. Costa lança a presidência portuguesa da UE. Reportagem de Filipe Santa-Bárbara.
Diz o primeiro-ministro que estes objetivos "são a primeira marca" da presidência, "uma presidência de ação para concretizar os objetivos estratégicos da União".
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E pegando no facto de querer ter uma "presidência de ação", o primeiro-ministro lembra que a União tem em marcha o plano de ação do pilar europeu dos Direitos Sociais e que vai ser apresentado em fevereiro, culminando com uma cimeira no Porto em maio, assim a pandemia o permita.
"Passar dos princípios para um verdadeiro plano de ação cujo debate e consolidação queremos que se desenvolva na nossa presidência", nota Costa que por essa altura conta ter a "joia da coroa" no que à política externa da UE diz respeito: "a realização da cimeira de todos os líderes europeus com o primeiro-ministro [indiano] Narendra Modi".

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Conhecido por ser otimista, António Costa agarra-se às notícias sobre a tão aguardada vacina contra a Covid-19 para que, apesar de tudo, a presidência portuguesa decorra de uma forma um pouco mais suave. O primeiro-ministro nota que estão a trabalhar num quadro de confiança "em que no primeiro semestre de 2021, o mundo disponha de uma nova vacina", embora reconhecendo a dificuldade e a exigência logística que a distribuição da vacina compreende.
E até cita Winston Churchill ou, melhor, adapta. "A vacina não será ainda o fim desta pandemia, pode não ser sequer o princípio do seu fim, mas pode ser o fim do princípio da crise pandémica", diz António Costa para uma plateia de alunos da Universidade Católica em Lisboa, acompanhado pelo antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso.
E é a vislumbrar "o fim do princípio da crise" que António Costa traça estas metas para pôr em prática já a partir de janeiro. Mas como a realidade é dinâmica, ainda é cedo para perceber se se vão concretizar tal qual o desejo do primeiro-ministro.
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