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João Oliveira, que no domingo se atirou à direita - PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal -, garantiu, nesta segunda-feira, que o PCP atacará mais a direita ou mais o PS de acordo com as ideias que sejam defendidas por uns e outros, para resolver os problemas com que o país se vê confrontado. Numa entrevista conduzida por Fernando Alves, na Manhã TSF, o líder parlamentar comunista sustentou: "A nossa crítica dirige-se a quem bloqueia soluções e bloqueia propostas que poderiam resolver os problemas."
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O parlamentar assevera, por isso, que a postura crítica do PCP face ao PS não se suavizou por motivos estratégicos. "Se há matérias como o combate à precariedade ou em matérias relacionadas com a intervenção no preço dos combustíveis, em que o PS se põe ao lado de toda a direita, naturalmente o PS merece a nossa crítica, como merece o resto da direita. Se há matérias como a redução do preço do passe dos transportes em que o PS resiste a que isso vá mais longe, resiste a que isso tenha outro tipo de alcance, e o PSD e a restante direita votam contra, naturalmente a nossa crítica não é a mesma a uns e a outros." João Oliveira esclareceu que a maior ou menor discordância depende sempre do posicionamento de cada partido em cada matéria, e vincou que "os modernaços da Iniciativa Liberal" não são adversários incómodos por constituírem uma disputa eleitoral direta para a CDU.
Ouça a entrevista de Fernando Alves com João Oliveira.
O líder parlamentar, que tem, a par com João Ferreira, representado o PCP em campanha, enquanto Jerónimo de Sousa recupera de uma intervenção cirúrgica, voltou a criticar os partidos da direita, por entenderem "que, na saúde, na habitação, mesmo até na educação, se deixarmos funcionar o mercado, a coisa equilibra-se porque a concorrência encarrega-se de equilibrar". Para o comunista, todos os dias há "exemplos exatamente do contrário".
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"Essas ideias que muitas vezes são vendidas como ideias modernaças, como coisas muito avançadas, como coisas muito diferentes daquilo que está para trás, a verdade é que são ideias ainda mais de trás, são ideias mais velhas que tivemos de lutar muito para vencer e ultrapassar para conseguirmos que o mundo avançasse", frisa João Oliveira, com farpas indiretas à IL. "Aquilo que aparece com roupagens novas é de facto muito velho e muito caduco."
O representante comunista sublinhou ainda que, no domingo, numa ação de campanha que juntou centenas de jovens, e onde a CDU quis deitar por terra a ideia de que o PCP está envelhecido, o partido recebeu uma "grande injeção de confiança". João Oliveira pede agora que os "mais de mil jovens ativistas que apoiam a CDU" se "multipliquem" até dia 30 de janeiro, e exorta: "Estamos a contar com a juventude para que não falte nenhum voto [à CDU]."
Respondendo às questões levantadas esta manhã por Joaquim Azevedo, antigo secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Oliveira salientou que o PCP quer dar resposta à "preocupação mais imediata da falta de professores", mas também admitiu que há "medidas de fundo que têm de ser tomadas". O também professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa lamentou, em entrevista à TSF, que os programas de ensino sejam muito vagos, sem propostas concretas. O líder parlamentar comunista replicou que "precisamos de medidas estruturais que garantam a valorização da carreira docente e de técnicos", e chamou para a hierarquia de prioridades a "qualificação de profissionais para que as escolas formem cidadãos de corpo inteiro, com espírito crítico". O líder parlamentar do PCP também reforçou a importância de reformar currículos e programas.
