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O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro defendeu este sábado que é preciso "privilegiar a união e coesão interna" do partido, que faltou nas últimas décadas, e combater o estigma criado na sociedade sobre os últimos dois governos sociais-democratas.
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"Parece-me claro que nós temos no PSD que privilegiar a unidade e a coesão interna, porquê, porque a sociedade lá fora, nós últimos 25, 27 anos assistiu a tantas mudanças de liderança, tantas guerras internas de liderança e aqui somos todos responsáveis, e eu assumo também a minha quota-parte, não tenho problema nenhum em dizê-lo", afirmou Luís Montenegro, que falava durante o Conselho Nacional da Juventude Social Democrata (JSD), que decorreu este sábado em Chaves.
O candidato acrescentou ainda que, quem olha de fora para o partido diz que "eles andam sempre à bulha" e "andam sempre a disputar quem é que está em melhores condições para executar um programa de afirmação e de intervenção nacional".
"E esse aspeto nós temos de o corrigir", frisou, dirigindo-se à plateia de jovens militantes da JSD e também de autarcas do PSD do distrito de Vila Real.
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Luís Montenegro disse ainda que crê que há "um estigma criado na sociedade portuguesa" sobre os dois últimos governos PSD que é preciso "combater, eliminar e erradicar".
"E finalmente falta hoje em Portugal uma perceção das portuguesas e dos portugueses, dos jovens também, de que o PSD é verdadeiramente uma alternativa política ao PS e oferece condições de Governo diferentes, geradoras de mais oportunidades", salientou.
Montenegro frisou que o "principal desafio" do PSD hoje é cumprir a missão confiada pelos eleitores, de ser "o principal partido da oposição".
"Sermos absolutamente exigentes, criteriosos, firmes no trabalho de denúncia dos erros e das omissões do Governo e do PS e simultaneamente sermos alternativa política ao Governo", salientou.
E, para cumprir esta missão, defendeu que é preciso "não deixar escapar nada daquilo que o Governo tem em termos de incumprimento das expectativas e das promessas que estiveram na base da maioria absoluta que obteve nas urnas".
"Nós não podemos perder nada, a oposição é assim mesmo, a política é para confrontar posições e é tão importante servir o país quando se está no Governo como quando se está na oposição. E na oposição nós não podemos vacilar quando o Governo falha, erra, temos de apontar os erros e também as alternativas que temos", afirmou.
Como exemplo apontou o caso dos médicos de família e afirmou que o "doutor António Costa falhou, incumpriu, desonrou a palavra que deu" porque hoje em Portugal "não só continua a haver muitos portugueses sem médico de família, como, "pior do que isso", há "mais hoje do que havia em 2015".
Como alternativa referiu a disponibilidade demonstrada pela União das Misericórdias Portuguesas para ajudar o Estado a oferecer uma resposta a quem não tem médico de família.
"É caso para perguntar ao doutor António Costa, ou ele anda a dormir ou ele tem, de facto, um complexo ideológico que lhe vem dos tempos em que andava de braço dado com a Catarina Martins de um lado e o Jerónimo do outro e não o deixavam fugir da esfera do Estado e aproveitar a capacidade instalada do setor social e do privado", salientou.
Neste Conselho Nacional do JSD, participou também Jorge Moreira da Silva, o outro candidato à liderança do PSD, nas eleições que se realizam daqui a uma semana, a 28 de maio.
A Comissão Política Distrital do PSD de Vila Real não tomou posição por nenhuma candidatura, deixando ao critério de cada secção e à autonomia de cada militante.