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O PSD manifestou-se esta quarta-feira disponível para encontrar e apoiar medidas para que mais portugueses possam votar, alertando que será necessário "salvaguardar a segurança" dos cidadãos.
Depois de no final da reunião no Infarmed o Presidente da República ter anunciado que o Governo pediu um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) para saber se o isolamento no quadro da Covid-19 impede o exercício do direito de voto ou se poderá ser suspenso para esse efeito, o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite afirmou foram colocadas várias hipóteses durante a reunião.
A primeira, afirmou o deputado do PSD, seria a Comissão Permanente "poder legislar" e "encontrar mecanismos para alterar o voto antecipado", o que segundo Baptista Leite teria sido afastado pelo Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, por o parlamento estar já dissolvido.
"Mas é algo que creio que na conferência de líderes possa ser refletido", admitiu o 'vice' da bancada social-democrata.
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"A hipótese B, transmitida pelo próprio primeiro-ministro, seria a própria Direção-Geral de Saúde poder rever as normas no que diz respeito ao isolamento profilático", adiantou.
A hipótese C, explicou o deputado do PSD e médico, foi também transmitida na reunião por António Costa e tornada pública no final por Marcelo Rebelo de Sousa, de se avaliar se "pode haver um regime de exceção para as pessoas em regime de isolamento poderem votar".

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"Qualquer um destes cenários terá de salvaguardar a segurança de cidadãos. O isolamento profilático, se existe, é para evitar a transmissão excessiva da variante Omícron, mas no nosso ver é fundamental é encontrar uma solução", afirmou.
Da parte do PSD, assegurou, o partido estará "na linha da frente para fazer parte da solução, seja a partir do parlamento seja no sentido de apoiar outras medidas da parte do Governo".
Questionado de que forma poderia ser feita a votação das pessoas confinadas - num horário específico ou em mesas de voto próprias -, Baptista Leite disse que "o primeiro-ministro não adiantou mais senão dizer que depois compete às autarquias reorganizarem-se" para darem resposta.
"Parece-me - e agora é uma opinião - terá de haver cuidado para garantir que aqueles que estão em isolamento não sejam misturados com a população geral não confinada e garantir que, mesmo para os que se encontram em isolamento profilático, haja regras extraordinárias que garantam a sua proteção e proteção dos demais cidadãos", apontou.
O deputado do PSD salientou que, um cenário como este de votação de pessoas confinadas, exigirá "uma grande capacidade de planeamento e organização", lamentando que o problema de existirem centenas de milhares de pessoas em isolamento na data das eleições não tenha sido equacionado com mais tempo.

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"Estamos a pouco tempo das eleições, mas tem de haver tempo para que a democracia possa funcionar", afirmou.
Ricardo Baptista Leite afirmou que será necessário que a DGS e o conselho consultivo da PGR se pronunciem para "compreender em maior detalhe o que o Governo está a fazer para que os portugueses possam votar".
No final da reunião, o Presidente da República, além de ter anunciado o pedido de parecer por parte do Governo quanto ao regime de isolamento no quadro da Covid-19, não excluiu um "retoque legislativo" para facilitar a votação nas eleições de 30 de janeiro, afirmando que "é uma questão a ponderar" se isso é possível constitucionalmente e em tempo útil.
Segundo o chefe de Estado, "por todas as vias os poderes públicos estão a fazer o que devem fazer para assegurar o maior número de votantes nas eleições [legislativas antecipadas] do dia 30 de janeiro", tendo em conta o número elevado de eleitores que se estima que nessa altura estarão em isolamento devido à Covid-19.
Neste contexto, "é uma questão a ponderar se é possível ou não constitucionalmente e se é possível ou não em tempo útil haver retoque legislativo que também ajude a enfrentar esta situação", declarou o Presidente da República, que nada mais adiantou sobre esta matéria.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "uma maneira de prevenir aquilo que pode vir a acontecer em termos da tal propagação nas semanas seguintes é aumentar o número de votantes antecipados" e que, para isso, "está a ser acautelado através do aumento significativo do número de mesas para antecipação de voto".

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