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A associação ambientalista Zero garante que grande parte dos carros elétricos que têm contribuído para o aumento das vendas no último ano são, na realidade, "elétricos de fachada".
Ou seja, automóveis híbridos, do tipo plug-in, que são "tão ou mais poluentes que os automóveis convencionais".
Em causa a venda dos chamados veículos utilitários desportivos, conhecidos como SUV (Sport Utility Vehicles), que são, segundo a Zero, "automóveis pesados e grandes, pouco aerodinâmicos e gastadores", que em 2020 estão a representar 39% destas vendas - um grande aumento quando comparado com o que aconteceu em 2019.
Os ambientalistas dizem que estes carros apesar de híbridos e de beneficiarem de grandes benefícios fiscais "têm baixas autonomias em modo elétrico, raramente são carregados e têm potentes motores de combustão interna, aumentando, na prática, as emissões de dióxido de carbono apesar de ser algo que não se nota nos testes.
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Pedro Nunes, da Zero, diz à TSF que as emissões reais são duas a quatro vezes superiores às reveladas nos testes, com a associação ambientalista a falar numa tendência preocupante na venda dos veículos elétricos em Portugal, culpando o regulamento da União Europeia que "dá azo à perversidade nas vendas de automóveis novos".
A associação ambientalista analisou os dados deste mercado e concluiu que o aumento das vendas dos veículos elétricos em Portugal em 2020 está em contraciclo com as vendas totais de ligeiros de passageiros que por causa da pandemia caíram cerca de 39%. Contudo, 56% dos carros elétricos vendidos este ano são híbridos e não totalmente elétricos.