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O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Nuno Clode, defende que, tal como vai acontecer em Espanha, Portugal devia debater a baixa médica para as mulheres que sofrem de dores menstruais incapacitantes.
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Em declarações à TSF, Nuno Clode refere que são muitos os casos de mulheres que, devido às dores menstruais, ficam impossibilitadas de trabalhar, pelo que Portugal deveria seguir o exemplo de Espanha e discutir este tema.
"É uma questão de humanidade para a própria pessoa porque, de facto, as dores menstruais em algumas mulheres são algo muito importante e algumas têm patologia que justifica isso, nomeadamente endometriose, que pode dar essas dores muito intensas", sustenta o ginecologista.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal considera que a questão deve ser debatida
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"Há situações muito complicadas durante a menstruação. Para algumas pessoas, [o período menstrual] é muito mau. E 'algumas pessoas' não é uma ou outra, é uma percentagem significativa da população feminina", alega Nuno Clode.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal nota que, em muitos casos, nem existem fármacos capazes de fazer face ao problema.
"Há mulheres que sofrem tremendamente, de forma cíclica, com as dores menstruais e não há maneira de resolver. Sabemos que as pílulas, como diminuem o fluxo menstrual, também diminuem as dores menstruais, mas em algumas nem assim a coisa se resolve. Portanto, os fármacos que nós utilizamos, em algumas mulheres, não têm o alcance pretendido", explica, justificando, por isso, a necessidade de a baixa laboral para as mulheres durante a menstruação ser um assunto que "tem de ser debatido e deve ser pensado".
As dores menstruais são um problema incapacitante para uma percentagem significativa de mulheres
A partir desta terça-feira, Espanha passará a ser o primeiro país da Europa a legalizar uma baixa laboral por dores menstruais. A lei deverá ser aprovada em Conselho de Ministros, e é pioneira no que respeita aos direitos das mulheres na Europa. Trata-se de uma baixa por incapacidade temporal sem limite de dias, que será assumida na íntegra pelo Estado, para evitar a discriminação na contratação das mulheres por parte das empresas.
