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Ser polícia, índio ou cowboy, ser a personagem dos filmes que se gosta ou ser outra coisa qualquer. Essa é a magia do carnaval.
A psicóloga Clementina Almeida explica que brincar ao faz de conta é, na realidade, algo sério. Acaba por ser um exercício que ajuda a desenvolver o simbolismo e a capacidade das crianças de se colocarem no lugar do outro.
"O faz de conta traz grandes vantagens não só para o desenvolvimento do bebé, mas também vantagens que se prolongam para toda a vida: a linguagem melhora, começam a usar mais adjetivos, a desenvolver o simbolismo e, consequentemente, o pensamento", revela a psicóloga.
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As primeiras brincadeiras ao faz de conta começam por volta dos dois anos, quando "os bebés fazem de conta que dão a papinha à mamã e fingem que preparam os alimentos na cozinha".
Os benefícios do faz de conta não se manifestam apenas a nível cognitivo, fazem-se notar também no campo das emoções.
"De algum modo, é como se os bebés estivessem a aprender a colocar-se no lugar do outro, a ver a vida de diferentes perspetivas. Por exemplo, caso a criança se vista de bombeiro e pense que está a tentar apagar um incêndio ou como é que a polícia faz quando vai atrás de um ladrão", acrescenta a psicóloga.
Clementina Almeida sublinha que os miúdos adoram mascarar-se e aconselha vivamente que o façam porque "estimula o que fica para o resto da vida: a empatia, a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e compreendermos aquilo que os outros sentem e pensam, mesmo que seja diferente daquilo que nós estamos a pensar".
Tendências para 2020
A Harley Quinn, a Ladybug, mas também as personagens da série televisiva "A Casa de Papel" são as máscaras mais procuradas e marcam a tendência do carnaval deste ano.
Os miúdos são influenciados pelo que veem nas televisões, mas "é de evitar máscaras que assustem os mais pequeninos".
Clementina Almeida revela que o medo das crianças em relação a alguns disfarces "tem a ver com o facto de serem imagens que eles não estão habituados a ver no dia-a-dia e o desconhecido vai - naturalmente - desencadear uma reação de medo".
E, sem levar a mal, não fosse esse o lema do carnaval, a psicóloga aconselha os pais a "evitar forçar o convívio dos mais pequeninos com essas imagens, com essas figuras".