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O presidente da FIFA, Gianni Infantino, acredita que a realização do Campeonato do Mundo de futebol de dois em dois anos podia salvar os migrantes africanos de morrerem no mar.
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Não é a primeira vez que a FIFA defende que o Mundial de futebol deveria deixar de ser de quatro em quatro anos, para se jogar a cada dois anos. Desta vez, o presidente do organismo lançou novos argumentos.
"Este tema não é sobre se queremos um Campeonato do Mundo a cada dois anos, mas sobre o que queremos para o futuro do futebol", começou por dizer Gianni Infantino durante uma sessão da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
As declarações surgiram durante uma discussão sobre a estratégia da FIFA conhecida como "Futuro do Futebol", que neste momento está concentrada em dobrar a frequência do Mundial.
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"Se pensarmos no resto do mundo e na vasta maioria da Europa, então temos de pensar no que o futebol oferece. O futebol é uma oportunidade, sobre esperança, sobre as seleções nacionais. Não podemos dizer que o resto do mundo nos dê dinheiro, mas que nos veja pela televisão. Temos de os incluir", prosseguiu.
Ouça as palavras do presidente da FIFA, Gianni Infantino
"Precisamos de encontrar formas de incluir todo o mundo para dar esperança aos africanos, de forma a que eles não precisem de cruzar o Mediterrâneo para talvez encontrarem uma vida melhor, mas, com maior probabilidade, encontrarem a morte no mar", argumentou o presidente da FIFA.
Gianni Infantino explica que a necessidade de "dar oportunidades e dignidade" não é "caridade", mas "permitir que o resto do mundo participe" nos eventos. "Talvez o Campeonato do Mundo não seja a resposta. Vamos discutir", concluiu.
O projeto "Futuro do Futebol" é liderado pelo antigo treinador do Arsenal Arsène Wenger e tem sido rejeitado pelo futebol europeu e pelas suas organizações.
A afirmação de Gianni Infantino provocou reações imediatas. Ronan Evian, chefe executivo da Football Supporters Europe, disse no twitter: "Quão baixo pode ir Infantino? Instrumentalizar a morte no Mediterrâneo para vender o seu plano megalómano é inenarrável."
How low can Infantino go? Instrumentalising death in the Mediterranean to sell his megalomaniac plan is beyond words. And in front of @PACE_News, no less.
Disgusting. He is not fit to run global football. https://t.co/N8QP8qXYzC