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A Águas de Gaia está a usar um sistema via satélite "pioneiro em Portugal" para detetar fugas de água, num "investimento de cerca de 20 mil euros", anunciou esta quarta-feira o administrador da empresa municipal de Vila Nova de Gaia.
Denominado Água 4.0, trata-se de um sistema de informação geográfica que a empresa municipal do concelho no distrito do Porto tem implementado desde o início da semana e cujos efeitos práticos, segundo o administrador, Miguel Lemos, "estão no terreno".
"A implementação deste sistema de deteção por satélite de fugas de água começou a ser utilizado na segunda-feira tendo, deste então, sido detetados 177 pontos de interesse [designação técnica para pontos de fuga], informação que depois foi cruzada com o nosso sistema de informação geográfica, para perceber se, nas deteções, havia piscinas ou fontes de água pública, acabando o número por baixar para 138 fugas em 1.500 quilómetros de rede", explicou Miguel Lemos.
Defendendo que a chegada da nova tecnologia "permite mais eficiência", bem como "menos gente para, da forma tradicional, pesquisar fugas", o administrador informou que a margem de erro do sistema na deteção de fugas "é inferior a 10%".
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A empresa municipal fez um cálculo a cinco anos, no que se refere à redução das perdas de água, agora que este projeto está no terreno, e previu ganhos na ordem dos 2,5 milhões de euros.
"Ao fazermos uma redução da água não faturada superior a 10%, que é o objetivo com este projeto, isso vai permitir-nos, ao custo da água em alta, alcançar esse valor em poupança", acrescentou.
Em face da "melhor gestão da água", Miguel Lemos admitiu "a médio/longo prazo poder fazer correções na tarifa", fazendo refletir nos consumidores de Gaia as mais-valias do projeto. Até 2024, acrescentou, "a Águas de Gaia quer diminuir de 30 para 18 a percentagem de água não faturada, enquanto no gráfico das perdas de água quer passar dos 16% para os 10%".
No âmbito deste projeto, hoje apresentado no Reservatório da Rasa, em Vila Nova de Gaia, a empresa anunciou o recurso a contadores de água inteligentes "construídos por engenheiros portugueses". Diminuir a água adquirida em alta, maximizar o número de fugas detetadas e redução do tempo de pesquisa e reparação, uma maior fiabilidade de informação, a identificação das perdas na rede independentemente do material e a redução de custos, ganhos económicos e ambientais, são os eixos da aposta da Águas de Gaia apontados pelo projeto.