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O Direito contra o Direito
Comecemos por recordar o óbvio. O processo Marquês expôs um conjunto de factos que revelam comportamentos profundamente reprováveis, ética e politicamente, independentemente do juízo criminal que os tribunais venham, em última instância, a fazer. Esses comportamentos exigem censura social, independentemente de qualquer censura jurídica. E também exigem uma reflexão profunda sobre a cultura política que os permitiu. Ainda há poucas semanas falava aos ouvintes da TSF sobre alguns dos problemas dessa cultura política. Este processo comprova-os. A discussão jurídica não nos deve fazer esquecer de que essa é a principal discussão que temos de ter. Mas é verdade que o processo também traz interrogações e dúvidas sobre o nosso sistema de justiça.

Confi(n)ar e desconfi(n)ar
A crise que hoje vivemos é singular... É de saúde (o seu nome é de uma doença) ... é económica (afeta o rendimento e o emprego) ... é social (fragiliza a organização social e a cidadania) ... e não se lhe conhece o fim, nem as consequências. Limita-nos o presente e o futuro e abala todas as convicções

Pode o justo pagar pelo pecador?
A vacinação dos professores e pessoal não docente foi suspensa, tendo sido adiada a tarefa profusa de inocular mais de 200.000 profissionais da Educação.

Abalo na justiça e na política portuguesa
A Operação Marquês fará história na justiça e na política em Portugal. E não é apenas pela lentidão do processo, que durou cerca de sete anos. Mas fará história também porque, pela primeira vez, um juiz afirmou que há um primeiro-ministro em Portugal que foi alvo de corrupção passiva ou, por outras palavras, foi corrompido. E o juiz usou até a expressão "compra de personalidade" - e fez questão de o dizer publicamente, mesmo sabendo que o crime de corrupção já tinha prescrito. Por isto mesmo, este caso de justiça fará história.

O momento de fazer as escolhas certas
Com a diminuição da vantagem do líder de dez para oito pontos, é natural que a principal curiosidade da jornada se centre na resposta que o Sporting pode dar a este novo cenário. A partida com o Famalicão é, certamente, um dos momentos mais importantes da carreira leonina no campeonato. FC Porto, Benfica e Braga vão estar atentos, mas também não os aguardam tarefas simples.

Seja qual for a decisão de Ivo Rosa, é a própria justiça que vai ser julgada
Ouça a opinião do diretor da TSF, Domingos de Andrade, a propósito do anúncio de Ivo Rosa que ditará se José Sócrates vai a julgamento no âmbito da Operação Marquês.

Talvez seja melhor lançar uma OPA sobre o Chega
O PSD tinha duas hipóteses de dizer ao seu eleitorado para não tresmalhar e não cair nos braços da extrema-direita.

A relação EUA-Irão: recomeço nuclear em Viena?
Nos últimos dias, por entre a desumanidade que nos chega de Cabo Delgado, a repressão implacável em Myanmar, as chuvas torrenciais em Timor-Leste, a pressão militar russa na Ucrânia, a intensidade do conflito na Etiópia, já para não falarmos na pandemia, passou um pouco por entre os pingos da chuva a reunião na passada terça-feira em Viena. Neste encontro onde estiveram vários actores internacionais o tema foi uma eventual reaproximação entre o Irão e os EUA e, mais concretamente, o dossier nuclear.

Rui Rio. Olha para o que digo e não para o que faço
Numa tentativa de jogar por antecipação, Rui Rio tem marcado terreno na escolha dos candidatos para as eleições autárquicas, com apostas fortes nalguns concelhos, com Lisboa à cabeça. A tática, contudo, vai saindo manchada por vários erros estratégicos. Depois de desacertos na indicação de candidatos antes mesmo de os próprios serem contactados, Amadora e Oeiras são os mais recentes exemplos de como o presidente do PSD vai perdendo coerência entre discurso e prática. No primeiro caso, por razões ideológicas. No segundo, por mais uma vez sair completamente beliscado o discurso de rigor e grande exigência que tenta manter em torno da sua imagem.

Sócrates foi condenado no País. E se não for em tribunal?
Daniel Oliveira relembra o processo Operação Marquês que teve início a 21 de novembro de 2014 quando "José Sócrates foi detido no aeroporto da Portela chegado de Paris". O comentador considera que, a partir desse dia, "a operação Marquês entrava definitivamente na nossa vida política".

O Presidente da República pretende salvar o Governo mesmo contra a vontade deste
Os apoios sociais adicionais, aprovados pela oposição no parlamento, e que o Presidente da República promulgou, apesar de fortes dúvidas quanto à sua constitucionalidade, suscitam uma questão política e uma questão constitucional com leitura política.

Hoje é dia de festa. Celebra-se a Páscoa
Sem confraternização, sem reunião da família, sem visita pascal, sem o som do sino pelas ruas, nem bênção das casas. O padre não entrará anunciando que Jesus Cristo ressuscitou, mas teremos de encontrar novos meios de garantir a confraternização e a alegria.

Cartão Branco
1. O grupo de trabalho (GT) nomeado pelo ministério da Educação tem como missão, até final do presente mês, apresentar medidas, em jeito de recomendações, para a elaboração de plano de recuperação das aprendizagens.

Belém-São Bento. Quem ganha e quem perde?
Cumprir e fazer cumprir a constituição, segundo António Costa. O primeiro-ministro fez uma declaração ao país, visando o parlamento, porque sabe que um governo minoritário não consegue, pura e simplesmente, governar, se tiver todo o parlamento contra ele.

Sem interrupções para decidir o que falta
Agora, já só faltam dez jornadas. Daqui até maio ficará tudo esclarecido, sem paragens, depois da última pausa para as seleções nesta temporada. É a fase determinante do campeonato.

Costa e Marcelo com medo do PEC5
A tensão que parece ter entrado de rompante na vida política não tem grande novidade e basta um apelo à memória recente para percebermos que o que agora vemos acontecer, já tinha acontecido em 2018 de igual forma e em 2020 de forma contrária.

Portugal e a abolição da pena de morte na Virgínia
"A pena que paga o sangue com o sangue, que mata, mas não corrige, que vinga, mas não melhora, e que usurpando a Deus as prerrogativas na vida e fechando a porta ao arrependimento, apaga no coração do condenado toda a esperança de redenção e opõe à falibilidade da justiça humana as trevas de uma punição irreparável."

O crime também sabe ficar em casa
O último dia de março é o limite que a lei aponta para a entrega do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) ao Parlamento e ontem começaram a ouvir-se alguns balanços políticos dos números. O ministro da Administração Interna congratulou-se com "os mais baixos índices de criminalidade" do ano passado, considerando que traduzem uma consolidação da "tendência da última década", em que se verificou uma "permanente redução da criminalidade".

Vítor Gaspar, sai do corpo de João Leão!
Daniel Oliveira acusa o Governo de "truques" para esconder uma política de obsessão pelo défice atrás de uma imagem de um Orçamento de Estado tão social como nunca houve, e aplaude Marcelo Rebelo de Sousa por não ceder à pressão de António Costa na polémica com a "lei-travão".
