Carlos César confessou-se esta quarta-feira "envergonhado" com o caso de Manuel Pinho. Em nome do Partido Socialista, o líder da bancada parlamentar lamentou o caso que, a confirmar-se, deve ser "punido".
Questionado se, a confirmarem-se as suspeitas que recaem sobre José Sócrates, a vergonha é a mesma, Carlos César assume que "até é maior" porque se trata de um ex-primeiro-ministro.
Casos como estes são discutidos nas reuniões internas, diz. "Ficamos até enraivecidos".
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No programa da TSF "Almoços Grátis", o socialista defendeu uma Comissão de Inquérito será a melhor forma de esclarecer o caso que envolve Manuel Pinho.
Para Luís Montenegro, não é preciso uma Comissão de Inquérito. Há "uma imputação concreta específica". É só confirmar se aconteceu, defende.
"Estranho este entusiasmo repentino de Carlos César e do Partido Socialista pela Comissão de Inquérito proposta pelo Bloco de Esquerda. Seguindo o mesmo critério não sei porque é que o Partido Socialista não se sente envergonhado com tudo aquilo que norteia o comportamento de um ex-primeiro-ministro, no caso José Sócrates, e porque é que não propôs também uma Comissão de Inquérito."
"No que é que José Sócrates é diferente de Manuel Pinho? Só se for o cartão partidário. Um é militante do Partido Socialista o outro é militante. Esta dualidade de critérios é estranha", comentou o social-democrata.
"Vai discutir-se tanta coisa que no meio disto tudo vamos ficar sem saber aquilo que era mais fácil de saber: se tinha havido ou não o pagamento de vencimento enquanto Manuel Pinho foi ministro. Está-se a embrulhar tudo isto de forma a que depois não se saiba".
Em causa no chamado o caso EDP estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal elétrica nacional por parte de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do governo de José Sócrates.
Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues