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António Costa voltou a criticar o PSD por desvalorizar as palavras de André ventura, e admitir negociar com o Chega a viabilização de um governo de direita. Em Aveiro, ao lado de Pedro Nuno Santos, António Costa acrescentou que a vitória do PS é a vitória da democracia, já depois do provável sucessor ter subido ao palco para fazer um discurso num tom ideológico.
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"Nunca nos verão a traduzir por palavras meigas, as palavras do André Ventura. Nunca nos verão a a mitigar a prisão perpétua. Nunca nos verão a ficar dependentes dos votos do Chega, para que o Governo se aguente", atirou, numa crítica direta a Rui Rio.
Ouça aqui a reportagem do comício do PS em Aveiro.
O líder socialista voltou a falar do salário mínimo, acusando o PSD de não querer subir os rendimentos dos portugueses, com a direita "convencida que o país e as empresas só são competitivas com baixos salários".
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"Não percebem que o mundo de hoje, já não é o mundo em que alguma empresa da Europa possa competir à custa dos baixos salários. Esse mundo acabou e nós não queremos voltar a esse mundo", disse.
Já Pedro Nuno Santos tentou desmontar as propostas da direita, como o modelo misto de Segurança Social ou a taxa única de IRS da Iniciativa Liberal, "propostas individualistas da sociedade".
"É a ideia que as pessoas se devem interessar apenas com as suas vidas, cada um por si, sem saber o que interessa aos outros", disse, acrescentando que o PS "é uma casa comum, para construir o futuro".
Para Pedro Nuno Santos, os socialistas "são uma comunidade com direitos, mas também com deveres".
"Quando a direita ambiciona incutir os valores de competição, nós devemos proteger os valores da cooperação", atirou.
O dirigente socialista, que é apontado como o mais provável sucessor de António Costa no PS, disse ainda que a liberdade que a direita propõe, entre privado e público, seja no ensino ou no Serviço Nacional de Saúde, "não é igual para todos".
"A liberdade para nós não é um valor abstrato, não é um recurso proclamatório. A liberdade conta, é efetiva e igual para todos", afirmou, lembrando que a liberdade "não cai do céu" e "chama-se estado social".
O discurso de Pedro Nuno Santos foi um dos mais aplaudidos da campanha eleitoral, e apesar das referências ideológicas, não falou do Bloco de Esquerda e do PCP.