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Pela primeira vez na vida do Livre, o partido tem duas listas candidatas à direção, apesar dos bons resultados eleitorais. A lista que concorre contra a de Rui Tavares garante que não tem divergências com o deputado eleito e "não há qualquer falta de confiança".
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Natércia Lopes é a candidata do Livre pelo círculo da Europa, que tem eleições a 13 de março, e é um dos nomes na "lista opositora". A 30 de janeiro, o partido conseguiu 2993 votos na Europa, mas com a anulação de quase 80 por cento dos boletins, desceu para 557.
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"É difícil de encarar, mas vamos a votos outra vez, com confiança. Temos esperança que o eleitorado se mantenha firme, e volte a votar", disse a candidata, em entrevista aos jornalistas.
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Questionada sobre o que leva os militantes a apresentar a lista B, para contrariar "a continuidade" da atual direção, Natércia Lopes explica que há uma diferença de perspetivas "para fazer crescer o partido".
"A lista B dá ênfase à implementação local e regional, ao nível das aldeias e do interior. Assim como na regionalização. Queremos traçar um plano para a regionalização", destaca.

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De acordo com a militante do partido da papoila, o aparecimento de uma segunda lista para a direção do partido "não é, de todo, um sinal de falta de confiança no representa parlamentar".
Natércia Lopes sublinha que "estão muito contentes com o resultado", e com a recuperação do deputado, depois da polémica com Joacine Katar Moreira. Para o futuro, o caminho "faz-se a crescer".
No discurso, perante os congressistas, a candidata pela Europa não teve qualquer palavra para a direção do partido, apesar de admitir que teve todo o apoio ao longo da campanha eleitoral. Aos jornalistas, assume que "agradeceu apenas às pessoas que trabalharam diretamente com ela na campanha", afastando qualquer polémica.
Na lista A também há quem peça outros protagonistas no partido, além de Rui Tavares, que é o deputado eleito do partido, e acumula funções na vereação da câmara de Lisboa. Em entrevista à TSF, Ricardo Sá Fernandes admitiu que "Rui Tavares é um valor", mas não é o único.
"Quando se começar a sentir que há outras pessoas e outras vozes que a comunidade tem interesse em ouvir, vão ser ouvidas", disse.

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