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Francisco Rodrigues dos Santos garante que tem legitimidade para continuar à frente dos destinos do CDS, lembrando que foi eleito pelos militantes dos centristas há um ano. No entanto, o presidente do partido assume que é favorável ao voto secreto defendido pelos apoiantes de Adolfo Mesquita Nunes.
Os apoiantes de Adolfo Mesquita Nunes entendem que vários conselheiros estão disponíveis para votar contra a moção de confiança à atual direção do CDS, mas apenas se o voto for secreto.
"Sou favorável ao voto secreto em toda a sua dimensão para votação desta moção de confiança. Ao contrário de muitos, não tenho os militantes do CDS como cobardes, traidores e pessoas que têm duas caras. Quem conta com esse tipo de desvios, desconfia dos próprios militantes, e essa nunca foi a nossa identidade", garante.

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O presidente do partido lembra que "muitos dos que defendem agora o voto secreto" nunca o propuseram em congressos anteriores, com a votação em braço no ar. Rodrigues dos Santos recorda ainda que há pouco mais de um ano foi eleito pelos centristas.
"Eu tenho legitimidade, ao contrário do que disse o João Almeida. Fui eleito pelos militantes em congresso. Essa não a pedi, não a comprei, não fui requerer a nenhum padrinho. Foi-me dada pelos militantes do CDS", aponta.
Rodrigues dos Santos apela ao presidente da Mesa do Conselho que aprove o voto secreto. "Estou absolutamente sereno e tranquilo. Dê sequência aos trabalhos e faça voto secreto. Não vou alternando entre estar no partido e estar lá fora. Estou cá e dou a cara pelo meu projeto. Não apareci agora para ser candidato a candidato", atira.
O atual presidente do CDS-PP adianta que está confiante que a moção de confiança será aprovada pelos militantes.
O presidente do Conselho Nacional do partido, Filipe Anacoreta Correia, acatou o pedido de Francisco Rodrigues dos Santos e confirmou que a votação irá decorrer com voto secreto.
Adolfo Mesquita Nunes, antigo vice-presidente do CDS, já confirmou que será candidato à liderança do partido caso seja marcado um congresso antecipado. O antigo governante pediu, num artigo de opinião, uma mudança de rumo no CDS.
Vários elementos da direção liderada por Rodrigues dos Santos, incluindo o vice-presidente Filipe Lobo d'Ávila, apresentaram a demissão.

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