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Lesley Pilgrim, uma cidadã norte-americana de 25 anos, cumpriu os trâmites burocráticos para obter a carta de condução.
Tirou uma foto, aliás duas, preencheu formulários, e esperou em casa que os correios lhe enviassem o documento. Quando a carta chegou, Lesley reparou que a foto mostrava o rosto dela, sim, mas coberto com uma máscara.
A história corre mundo e o que dela se retira, como lição, não é a evidência tardia de dois erros não detectados nas malhas mais apertadas deste nevoeiro. O que aconteceu? Lesley tirou duas fotografias, uma sem máscara e outra com, tendo enviado a errada, e os serviços, tanto expediente acumulado, tanta pressão, carimbaram assim, porque um rosto tapado com máscara anti-covid é, nos dias que correm, um rosto vulgar, socialmente adequado, normalizado, até para a vigilância electrónica. A barragem biométrica tem recursos ilimitados, um mascarado já não é um suspeito, potencial assaltante, um zorro sem capa e espada.
Alguém perguntava, há dias, não me lembro onde: "Será que a máscara veio para ficar e será usada após a pandemia? Será que, no futuro próximo, teremos aprendido a usar máscara para sair de casa, ao menor sintoma de gripe?" . Quem fazia a pergunta lembrava que o uso da máscara já era prática corrente antes da pandemia em muitas grandes cidades do oriente.
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E o imunologista Anthony Fauci, conselheiro do presidente Biden, acaba de admitir que os norte-americanos podem ter de continuar a usar a máscara até 2022. Talvez seja avisado que Lesley Pilgrim não se desfaça, até mais ver, da bizarra carta de condução que lhe foi passada pelos serviços competentes.
Ouça a crónica "Sinais", de Fernando Alves, na íntegra.